quinta-feira, 15 de outubro de 2009

HISTÓRIAS SOBRE ÉTICA-JEAN DE LA FONTAINE (seleção de Marisa Lajolo)

O ser humano é observado em seus conflitos cotidianos e na maneira de encará-los.São histórias interessantes em que o comportamento das pessoas é analisado.

Valores Éticos e Morais


Enviado por mariagdlima em 13 Setembro, 2007 - 17:55.
Fala-se tanto em justiça, honestidade, respeito, ética e moral, mas entre falar e exercer, praticar ou promover tais valores, para muitos, há uma grandiosíssima distância. O que se pode fazer para rebuscar o que parece estar se perdendo definitivamente?
A família, com sua nova estrutura, não assume mais o seu papel de "célula-mãe" da sociedade. E, se é na família que se aprende primeiro, será que não se ensina mais os valores básicos de convivência? Onde está o respeito que é fundamental entre as pessoas, ao meio-ambiente, ao bem público...?
É necessário que se repense os atos, as palavras e os valores antes que o pior aconteça. Não valerá a pena olhar para trás e lamentar o que podia ter sido feito e não foi.
DEUS, no seu imenso amor pela humanidade, deu discernimento a cada homem e a cada mulher para que cada um seja capaz de separar o certo do errado, "o trigo do joio".
Em meio ao ativismo diário, induzido pelo capitalismo em que a vida transcorre, não sobra tempo para cuidar do que realmente importa: a família. Quando se pensa que ainda é manhã, já é noite; quando se olha para o filho ou a filha, pensando que ainda é uma criança, já é uma pessoa adulta e aí não houve oportunidade para ensinar o que é honestidade, justiça, ética, respeito, obediência, tolerância, solidariedade e tantos outros valores. E, para desencargo de consciência, dá-se uma sacudida de ombros e diz: "Ah, o mundo ensinou." Será?! E o que chega aos lares através das mídias, nos telejornais diários, acaba por dar uma idéia clara do que acontece por falta dos valores morais e éticos...

Manual de Delicadeza de A a Z-Roseana Murray


Em Manual da delicadeza de A a Z (2001), ilustrado por Elvira Vigna, a poetisa resgata, numa espécie de dicionário afetivo, as noções que orientam o bem viver, o bem relacionar-se com o outro e o bem compreendê-lo por meio de uma norma e de uma regra simples: a delicadeza.

Roseana Murray consegue muito mais do que simplesmente escrever um manual. Ao direcionar sua forma literária para o fértil terreno do imaginário infantil, ela arrebata outros seguidores, interessados tanto em poesia como em fazer dela uma parte significativa do seu compromisso com o existir e com o humanizar-se. O livro é organizado em ordem alfabética (um título de poema para cada letra do alfabeto), numa seqüência capaz de dialogar com o leitor. É interessante notar que, ao fazer essa escolha, fica clara a importância do alfabeto no aprendizado da leitura, ou seja, ele é o passo inicial para penetrar no mundo simbólico da escrita onde tudo começa pela letra A, primeira letra, e termina no Z, última letra do alfabeto.

Seu manual foi organizado dessa maneira intencionalmente, a fim de facilitar o entendimento necessário que se precisa para exercer e praticar a delicadeza. E dentre as muitas possibilidades de palavras, Roseana Murray escolheu, privilegiando algumas: afago, bem-estar, carícia, dádiva, esperança, fonte, gavetas, horizonte, invisível, jardim, luz, moinho, nuvens, olhar, pássaros, querubim, rosto, silêncio, tempo, universo, voz, xale e zelo. A primeira palavra é afago e a última é zelo. As duas convidando à aproximação, ao toque, ao cuidado com o outro. Todas as palavras, cuidadosamente selecionadas e combinadas, sugerem, nas imagens poéticas, uma situação de leveza que contraria o peso do viver, ao enfatizar situações que permitem ao leitor visualizar o outro e perceber tanto sua existência, como sua solidão e suas tristezas.

Esse livro de poesia para crianças enquadra-se perfeitamente em todas as características propostas por Ítalo Calvino (1990) que aponta a leveza, a rapidez, a exatidão, a visibilidade e a multiplicidade como valores capazes de resguardar a linguagem poética e sensível da literatura para as gerações futuras. Uma dessas características apontadas por Calvino se encontra de modo mais evidente em todos os poemas: a leveza que, como afirma Elvira Vigna (p. 31) a respeito da obra, faz “acrescentar céus onde não havia”.

Confirma o nosso ponto de vista, o depoimento de Ferreira Gullar, na contracapa do livro: “A poesia de Roseana Murray é feita de delicadezas e transparências, como se ela falasse para mostrar o silêncio. E assim a linguagem alcança a condição de pluma ou porcelana”. Isso nos faz lembrar que as penas voam embaladas pelo ar e que as antigas porcelanas chinesas são chamadas de casca de ovo, pela sua fragilidade. Nas mãos, não têm peso algum e quem as preserva ainda hoje as guarda como verdadeiros tesouros, carregados de aura e de saudade. Assim se justifica a própria poetisa, explicando as razões de seu Manual: "Assim nasceu este manual: a partir de cada letra uma palavra, a partir de cada palavra um poema. A vida deveria ser uma teia de infinitas delicadezas. Ao invés de uma porta fechada, horizontes, ao invés de um grito, girassóis". (MURRAY, 2001, p. 30).

Todos os vinte e três poemas parecem tocados pelo rico campo semântico relativo aos significados de leveza, dos quais foram escolhidos poemas dentre os mais representativos. Isso fica bastante evidenciado no poema “Querubim” (p. 21):

A Educação Começa em Casa


A convivência familiar é a maior oportunidade para a criança apreender uma formação baseada nos princípios morais e das virtudes.

Quando a família tem bons princípios de educação, usando em seu cotidiano formas educadas de lidar uns com os outros, falando num tom de voz tranqüilo e baixo, usando as palavras que traduzem educação e delicadeza, como dar bom dia e boa noite, pedir por favor, agradecer com um muito obrigada, pedindo licença, dentre várias outras, a criança absorve esses conceitos e os leva por toda a vida.

Porém, o que vemos são famílias que deseducam achando que os meninos não podem aprender boas maneiras, pois isso comprometerá a sua masculinidade.

Quem não gosta de um homem fino, bem educado, que abre a porta do carro para sua namorada ou esposa, que tem a delicadeza de presentear-lhe com rosas, puxar a cadeira para a mesma sentar? O famoso “gentleman”, tão raro hoje em dia, que na sua masculinidade consegue permanecer com conceitos que não o comprometem nesse sentido, tornando-o o homem mais desejado.

Mas para que isso aconteça, é necessário que a criança tenha aprendido a conviver com esses exemplos e conceitos desde muito pequena.

Em algumas famílias é normal que usem palavrões como forma de se tratar, pais chamam filhos de burro, porco, mas é bom lembrar que filho de porco só pode ser porquinho, que filho de burro também é burrinho e que não somos animais para recebermos tratamento como se fôssemos, de forma grosseira e pejorativa.

Outra coisa que compromete muito a educação da criança é quando ela não recebe informações adequadas de higiene, como limpar o nariz no banheiro, assuando o mesmo e lavando as mãos com água e sabão, e não tirando as secreções por todos os cantos da casa ou mesmo na rua, na frente de outras pessoas.

Comum também é ver a família rindo, se divertindo quando a criança está com flatos, soltando seus gazes em qualquer lugar, na frente de qualquer um. É claro que a criança muito pequena demora certo tempo para conseguir controlar os mesmos, mas por volta dos dois anos, quando já consegue fazer o controle dos esfíncteres, esse domínio pode ser aprendido também, se esse for o exemplo dado pela família. No caso dos arrotos, quando é bebê deve fazer sim, para não ter perigo de engasgar com os refluxos, mas aos poucos, à medida que cresce, deve deixar o hábito também.


Uma criança pequena consegue cortar adequadamente seu alimento

Quanto à alimentação, desde pequenas as crianças conseguem absorver os conceitos de boa etiqueta e, mesmo dentro de suas limitações ligadas ao desenvolvimento da coordenação motora, são capazes de mostrar algumas aprendizagens nesse sentido, como segurar a colher e levar sozinha o alimento à boca, aprendem a cortar corretamente os alimentos e, aos poucos, isso vai fazendo parte de sua rotina, tornando-se bem fácil.

É bom lembrar que aquilo que se aprende na infância fica por toda a vida e o que não se aprende pequeno fica muito mais difícil de ser aprendido depois. Um erro comum dos pais é permitir que quando crianças podem fazer tudo o que querem e, quando vão crescendo, chegando por volta dos sete/oito anos iniciam uma cobrança repentina, chegando a bater nos mesmos para corrigi-los. Se tivessem ensinado boas maneiras desde bem pequeninos isso não aconteceria, não precisariam chegar a tal extremo.
Então, eduquem seus filhos ensinando-os as regras básicas de educação, de boas maneiras e de boa convivência, pois a vida exige esses conceitos e quem não os tem encontra maiores dificuldades no meio social.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

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